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No livro Distância de resgate, a Samanta Schweblin se questiona: existe algum apocalipse que não seja pessoal? Eu, particularmente, acho que não. Todos são pessoais. Tenho uma grande afinidade com os temas que você traz aqui, morro de medo da morte, e carrego meus mortos desde muito cedo. Obrigada por escrever, estou pensando várias coisas agora.

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gostei demais dessa edição que explodiu o limite de caracteres <3

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“Não escrever começou a dar mais trabalho do que escrever.” - eu sei que doeu, mas que bom que não escrever finalmente tornou-se insuportável. Eu esperei tanto, mas tanto por esse momento, amiga. Saboreei cada parágrafo, cada frase, palavra, vírgula, cada respiro desse texto. Estou muito feliz pelo seu retorno, minha Gabs. Senti você emergindo em cada frase, me emocionei com você. E, em alguns momentos, tive dificuldade de ler porque meus olhos ficaram ligeiramente alagados. Volto depois, porque agora a emoção da amiga que te ama tá afetando a leitora de fazer um comentário mais coerente e inteligente.

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Jun 6, 2023Liked by Gabriela Ventura

Mulher pelamordadeusa. O disclaimer desse texto não devia ser sobre os caracteres! Tinha que ser algo tipo ARE U READY FOR THIS?? Eu fico BESTIFICADA com a sua escrita, com a profundidade dos teus textos e do arcabouço cultural que teu cérebro carregaaa!!! Mas com esse seu comeback eu fiquei, mais do que nunca, tocada (e por tocada entenda que 😭😭😭). E me identifiquei forte com a dificuldade de se permitir sentir-se miserável, uma vez que temos consciência social, sabemos o mundo (o país e a cidade) onde vivemos. Ainda não sei como me permitir sofrer em cima de nossa pequena montanha de privilégios (que, no nosso caso, estão mais para direitos básicos ou sorte de não estar no lugar errado na hora errada). Mas desconfio que a resposta esteja justamente nesse texto. AFF... EU FICO BESTAAAAA 😍🌷🫠 OBRIGADA POR VOLTAR.

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May 27, 2023Liked by Gabriela Ventura

Caramba, eu amei seu texto. Eu entrei aqui pra dizer isso. Eu encaminhei pra minha esposa e logo já vou encaminhar pra um amigo assim que ele me passar o email. Sério, fantástico

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Menina, que newsletter incrível. Estou aqui me redescobrindo na internet depois de completar 40 anos (qual é meu espaço aqui neste mundo? Na internet?) e encontrei o Substack. Também estou preparando meus escritinhos pois, como você, prefiro escrever a não escrever.

Também tenho minhas vezes com o luto, pois perdi meu pai aos vinte anos e vivo presa em what ifs de como seria se ele ainda estivesse vivo. E acho que, aqui no Brasil, a vida é tão absolutamente desvalorizada, sabe, temos que lidar com a morte diariamente, são tantas tragédias, essa COVID e tantas outras coisas... que parece que o brasileiro vive em um estado constante de luto e desilusão (pois sabemos que não há como melhorar). E você está no olho do furacão. Processe seus lutos e suas dores, e se for através da escrita, melhor.

Entendo muito bem essa exposição da vulnerabilidade em uma internet que já não é mais segura desde a era dos blogs. Mas saiba que aqui é um espaço seguro e que estamos com você :)

Continua escrevendo! Eu também vou. Precisamos.

Um beijo e um abraço!

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May 25, 2023Liked by Gabriela Ventura

gostei muito do texto! que bom que você desistiu de desistir dele. eu ia comentar algumas coisas, mas nao consegui formular nada. preciso pensar

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Eu sinto que aqui em Petrópolis, a gente revive esse luto da última chuva constantemente, seja quando chove mais forte, seja vendo as feridas nas montanhas. Somos sortudas de continuarmos aqui. Você já viu Suzume? Quase não acreditei que tava em cartaz no Mercado Estação (of all places), mas também é um filme sobre lutos e grandes tragédias, sobre aprender a fazer sentido delas. Apesar das dores, fica a alegria de te ver escrevendo de novo. Bem vinda de volta!

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Que texto incrível. O pior, ou melhor, é que ontem li Blues do fim dos tempos do Ian McEwan e sua newsletter complementou totalmente a inquietação provocada pelo conflito entre a extinção, nossa, da espécie, das nossas identidades e memórias. Obrigado por compartilhar essa reflexão genial.

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Te conheci depois que alguém me mandou teu tuíte sobre o D.O.I. e ainda bem que cliquei no link do substack

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eu aqui lidando eternamente com arrumações, "minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos", saboreei e me emocionei com cada palavra. te amo, amiga. bem vinda de volta.

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Li o texto por recomendação de outra newsletter e nossa, que ventos bons que me sopraram até aqui! Ultimamente tenho lido muito sobre o Apocalipse pra tentar entender como estamos vivendo este agora, que parece cada vez mais definitivo. Me deu muito o que pensar (e, esperançosamente, o que escrever). Obrigada ❣️

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Que maravilha poder voltar a ler seus textos.

Abri a lista do Letterboxd e há, nela, Choosing to Die. Lembro-me do quanto chorei quando assisti a morte do entrevistado, do choque absurdo que senti, uma mistura de tristeza e revolta. Era a primeira vez que assistia alguém morrer. Alguns anos depois meu pai infartou e ficou no CTI por um mês, onde infartou novamente mas por fim estabilizou. Ele desceu para o setor, e fui ser acompanhante. Havia outros pacientes lá, e o quarto fedia urina. Às três horas da madrugada, e ele pediu para caminhar. Deu alguns passos dentro do quarto e perdeu as forças. Eu até tentei pegá-lo mas a bermuda escorregou e ele caiu uns 20 centímetros de bunda no chão. Peguei ele no colo e coloquei na cama. Perguntei se estava boa a posição e ele disse que sim. Só que ele estava mais pro meio da cama, então o coloquei mais pra cima e e perguntei se estava bom. Ele não respondeu. Acendi a luz e na hora notei que a pupila dele continuava dilatada. Saí correndo e chamei os enfermeiros.

Quando cheguei no quarto com os enfermeiros notei que o mamilo dele tinha descolorido. Era parada. Uma enfermeira começou imediatamente massagem cardíaca, enquanto os outros iam buscar os equipamentos.

Foi declarado óbito após 45 minutos de tentativa de ressuscitação. A camisa do enfermeiro que ficou fazendo massagem cardíaca estava ensopada de suor. Durante estes quarenta minutos eu não estava desesperado, mas ansioso. Fiquei andando no corredor. 88 passos para atravessar, 1 minuto e 33 segundos de duração. Eu soube de sua morte alguns minutos antes do médico sair do quarto para anunciar - notei que o som das máquinas havia parado.

Olhando em retrospecto, Choosing to Die me preparou para um pouco para este momento – se é que o termo "preparado" possa ser aplicado, claro. Há certo conforto em viver a vida e viver a morte dos outros. Vou dar uma olhada em alguns dos outros filmes e livros que você cita (o viver a vida dos outros, né), embora tenha uma certa dúvida que terão impacto maior que esta newsletter. Obrigado.

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deletedMay 24, 2023Liked by Gabriela Ventura
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